segunda-feira, 29 de junho de 2009


Achei muito interessante essa entrevista.. mai achei ele meio entediado.. pode ser coisa da minha cabeça mais achei... bjs


Adriano: 'Em campo, eu calo os críticos'

Atacante do Fla revela sonho de voltar à Seleção


Adriano chegou sorridente para a entrevista exclusiva com o LANCENET! neste sábado. O sorriso, aliás, dificilmente sai do seu rosto no dia a dia. Sinal de que o Imperador conseguiu o que queria quando trocou a poderosa Inter de Milão, e as cifras milionárias do sonhado futebol europeu, pelo Rio de Janeiro, onde nasceu, e pelo Flamengo, onde cresceu.

Ao lado da família e dos amigos, ausentes durante o período em que morou em uma das mais badaladas cidades do mundo, Adriano quer reconquistar a posição de Imperador e tem como claro objetivo em sua mente a Copa do Mundo do ano que vem.

- Preciso ter alguém ao meu lado. Se meus filhos estivessem comigo as coisas seriam mais fáceis. Descobri isso após ficar 40 dias aqui no Rio. Abri mão de muita coisa, mas já estou recuperando isso aqui no Flamengo, que sempre foi minha casa. Agora vou em busca da Copa - admitiu.

Seleção não foi o único assunto comentado por Adriano. O atacante revelou que está com 100kg, dois a mais do que os sonhados 98.

Os críticos que o esculhambaram quando foi revelado pelo Flamengo em 2000 também não foram poupados. Agora, o Imperador mostra no campo que tudo foi precipitado.

Mas a tranquilidade hoje é tanta que, após a entrevista, Adriano, fez questão de se despedir com calma:

- Vocês fiquem com Deus.


Eduardo Tironi: Para você, quem foi seu melhor treinador? Com quem você mais se identificou?

Cada treinador tem seu modo, seu estilo. Mas foi o José Mourinho. Trabalhei com ele na Inter, ele entende o jogador e eu me identifiquei mais com ele. Eu aprendi muito com ele na parte tática, nem tanto na parte técnica. Só posso agradecê-lo. Ele não queria a minha saída, sabia da minha capacidade, pediu para eu ficar quando voltei do São Paulo e sempre me ajudou muito.

Rafael Cavalieri: Você saiu do Flamengo criticado e como um jogador desconhecido. Passava pela sua cabeça voltar sendo o Imperador, uma referência no futebol?

Sonhava em voltar ao Flamengo sim, mas não sabia que seria assim, que aconteceria isso tudo. Hoje sou outra pessoa, tenho meu nome... Mas é até bom assim porque as pessoas entendem e aprendem que não se pode julgar ou criticar ninguém sem conhecê-lo, sem saber o futebol do jogador. Saí muito novo, sem experiência nenhuma e debaixo de muitas críticas vindas de todos os lados, mas dei a volta por cima e mostrei que não é bem assim.

ET: E a sua forma física? Já está próximo da ideal? O que fazer para alcançar o auge?

Falta pouco para isso. Faltam perder dois quilos. Estou fazendo tudo direitinho e fisicamente estou quase perto do que posso estar para ajudar a equipe. Nos treinamentos e nos jogos vou conquistando. Para mimestar sendo mais fácil, porque quando estou bem fica mais fácil ajudar a equipe.

ET: Na Europa você atuou em um grande centro, que foi a Itália. Jogar lá é mais difícil do que aqui?

Com certeza. Lá é bem mais difícil, o jogo é mais duro, a marcação é forte. Não é que o futebol no Brasil seja fraco ou inferior, mas tem muitas diferenças táticas a forma de jogar e marcar é diferente.

Erich Onida: O Fla-Flu de hoje é quase no mesmo horário da final da Copa das Confederações entre Brasil e Estados Unidos. É difícil responder, mas onde você gostaria de estar neste domingo?

Eu queria me dividir em dois para estar lá e no Maracanã (risos). O coração sempre balança quando falo da Seleção Brasileira, sempre imagino que poderia estar lá. Mas pelas circunstâncias e ocasiões que ocorreram comigo eu não pude estar lá. Mas é consequência, estou tranquilo, tenho um ano pela frente para recuperar meu espaço. Seleção para mim é tudo e espero poder voltar.

ET: A Seleção vive um grande momento. Você acha que hoje está mais difícil recuperar o seu lugar? O Luís Fabiano é seu principal concorrente hoje na briga por uma vaga no ataque?

Não só o Luís Fabiano. A concorrência é com todos os atacantes. Estão todos muito bem e por isso a concorrência é maior ainda.Tenho respeito e carinho, mas estou correndo atrás. Sei que o grupo está fechando a cada dia que passa, o Dunga vai definindo mais jogadores. Mas acho que tenho um pouquinho de crédito ainda pelo que fiz. Espero poder retornar e corresponder o carinho que o Dunga tem comigo e corresponder em campo.

RC: Hoje você é um ídolo para as crianças e uma referência para a torcida. Você acha e teme que todas as polêmicas que envolvem seu nome arranhem essa sua imagem de ídolo?

Isso arranha sim, mas graças a Deus hoje temmuitas pessoas inteligentes que sabem que nem tudo que sai é verdade. Volto a dizer, só peço que não inventem nada e que a crítica seja feita de maneira correta. Na minha folga não posso fazer nada? As pessoas sempre pegam no meu pé. Não posso ir ao bar com meus amigos em um domingo após o jogo que já inventam muita coisa. É difícil. Mas tenho personalidade para aturar isso e tenho que mostrar e calar a boca dentro de campo. Isso incomoda? Incomoda.

ET: Na Itália pegavam mais no seu pé ou aqui no Brasil a marcação da imprensa é pior?

Aqui é pior. Lá ninguém mexe com você durante as folgas, você faz o que quer, vai para discoteca... Mas eu sabia que isso iria acontecer e estava preparado. Com os outros jogadores não acontece, né? (risos). Mas não vou deixar de fazer minhas coisas por medo. Tem de ter respeito. Se eu estivesse fazendo isso todo dia, tudo bem.

EO: Você sempre cita seus filhos (Adrianinho e Sophia) como motivação para ter voltado. Hoje você consegue dar mais atenção a eles? É gratificante?

Graças a Deus hoje estou fazendo coisas que antes não podia fazer. Estava lá fora e não tinha esse contato sempre com eles. Estou tentando fazer o máximo para ficar perto deles quando eu posso, tentar ter uma relação de pai mesmo, que antes eu não teria por estar morando longe. Hoje eles sabem que o pai está perto e isso é o que importa. Na sexta teve aniversário da minha avó, que fez 71 anos, quando abri a porta ele veio correndo e não saiu mais do meu colo. Estão sentindo que o pai está presente. Procuro sempre sair com eles na folga, para almoçar... Ninguém coloca isso no jornal (risos).

RC: Sempre questionam se o grupo não pode ficar enciumado com seus supostos privilégios. Mas se vê que em campo você é querido por todos. Como surgiu esse relacionamento com o grupo?

No começo é sempre difícil porque você não conhece todo mundo. Havia alguns jogadores que tinham medo de chegar, brincar e falar porque também não me conheciam. Mas foi rápido demais, sou um cara de grupo que gosta de brincar e se divertir. Aí ficou fácil fazer amizade com todos.

RC: Você é brincalhão. Quem é o que mais sofre com suas piadas?

O Willians é um dos que mais sacaneio. Mas o legal é que o grupo está fechado, unido, não tem um que eu possa falar que é estranho. Está muito bem.

EO: O mundo perdeu nesta semana Michael Jackson, o rei do pop. O Imperador curte seu som?

Gostava muito, quem não era fã dele? Só não dançava como ele, né (risos). Mas até hoje tenho suas músicas no meu mp3. Trata-se de uma pessoa querida pelo planeta e aí aconteceu esse fato. Mas de repente foi até melhor para ele. Sofrer por doença é uma situação muito ruim. É chato perder um ídolo, mas temos de ver o lado pessoal também e respeitar. Ficamos tristes, mas ele será lembrado por todos.

EO: Se fizer um golzinho contra o Flu vai arriscar uma dança?

Aí não vou fazer bem (risos). Se eu fizer um golzinho seria para desejar que ele tenha um bom descanso e que vá em paz.


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